sábado, 8 de maio de 2010

Rock na veia

O festival de rock mais importante da história foi o de Woodstock, que ocorreu numa fazenda na cidade de Bethel, no estado de Nova York (EUA), entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969. O evento reuniu cerca de 450 mil pessoas e foram mais de 30 atrações e um dos objetivos (além de ouvir música), era celebrar a paz. Woodstock acabou sendo uma catarse do momento, em que os jovens americanos se viam diante da guerra do Vietnã e cada vez mais gente aderia aos ideais da contracultura, que incluíam amor livre, desapego a bens materiais, vida em comunidade e consumo de drogas.
A plateia foi dez vezes maior do que o esperado, tendo que compartilhar barracas, comida e água e assim perpetuando o festival como um sinônimo de juventude, hedonismo e contestação. O custo do festival foi de 2,4 milhões de dólares, mas só 1,1 milhão foi arrecadado com a venda de entradas. Com a falta de banheiros suficientes, a galera resolveu tomar banho nua em uma lagoa próxima ao palco (preciso falar que isso foi muito hippie?). Ao todo, foram registradas três mortes , mas nenhuma relacionada a violência: uma overdose de heroína, uma apendicite e um atropelamento. As vias de acesso à fazenda ficaram bloqueadas por engarrafamentos de até 30 km no primeiro dia, o que levou muita gente a largar o carro e seguir a pé. Algumas bandas só chegaram ao local em helicópteros. No segundo dia, os organizadores também usaram helicópteros para jogar frutas e sanduíches para a plateia.
A princípio, os shows em Woodstock não eram gratuitos. O ingresso custava 8 dólares para cada um dos dias. Só que, logo no primeiro, as cercas foram derrubadas pelo público. O festival acabou dando o maior "preju" aos organizadores, todos jovens com menos de 27 anos. A estrutura foi preparada para 50 mil pessoas, quase dez vezes menos do que o público que compareceu. Por isso, não havia espaço para acampar, banheiros, telefones, comida e água suficientes. As filas nos 60 orelhões disponíveis duravam duas horas, as dos 600 banheiros, quase meia hora! A fazenda virou território livre para o consumo de drogas, como maconha e LSD. Eram tantos usuários que a polícia simplesmente desistiu de fazer apreensões. A coisa era tão "liberex" que um sujeito chegou a anunciar no microfone que um LSD à venda causava "viagens" ruins. Seu conselho: "Tomem só a metade".
Apesar da precariedade da organização, foi uma festa tranquila, com participação até de crianças. Dois nascimentos foram registrados na fazenda. Os hippies não eram bem-vistos, mas o bom comportamento deles deixou os moradores das redondezas impressionados. Entre as mais de 30 atrações que se revezaram no palco durante o festival, estavam alguns dos maiores nomes da história do rock, como Janis Joplin, The Who, Creedence Clearwater Revival, Santana e Jimi Hendrix, que fez uma apresentação antológica. Escalado para fechar a festa, Jimi Hendrix (1942-1970) protagonizou um dos momentos mais memoráveis do evento. Entrou no palco por volta das 9 h de segunda-feira, dia 18 de agosto. Naquela hora, havia apenas cerca de 40 mil pessoas na plateia. Os privilegiados assistiram boquiabertos à versão que Hendrix improvisou de The Star Spangled Banner - o hino dos EUA. Com sua guitarra, reproduziu sons de bombas e de helicópteros em meio ao hino numa clara crítica à ação americana no Vietnã. A apresentação é um dos destaques do filme Woodstock, de Michael Wadleigh, que levou o Oscar de melhor documentário em 1971, ganhando uma versão "turbinada" em 2009, nas comemorações dos 40 anos do festival.



P.S: E eu que achava que ir em shows "normais" era horrível...






Créditos: Mundo estranho

1 comentários:

Renan disse...

lol
imagino como foi os nascimentos
muito tenso
mas mesmo assim
viva o rock
XD

8 de maio de 2010 às 16:16

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